Eu abri a porta, mas agora não sei exatamente o que fazer.
Se for para fechá-la tenho que passar a chave, mas se eu deixá-la aberta tenho medo do que possa entrar. Chuva, vento, pedras, sujeira...
E tu estas aí estática, com o olhar perdido no mundo, sentada nessa almofoda suja sem nem sinal de reagir. Não sei se me protegerás de todo esse perigo e me colocarás no teu colo de modo seguro como um dia fizeste.
O amor te acovardou, te deixou amarrada nesse chão sujo e não consegues levantar, me olhar, se entregar.
Te abraço, mas o teu corpo não me abraça, nem ergues os teus olhos nos meus. Sinto teu coração bater tão forte, tua respiração acelerar, mas nada me fazes, nem um tapa ou um carinho, um grito ou um suspiro. Apenas o silêncio me entregas.
Se teu amor não é possível, não sei o que mais posso esperar.
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