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Brazil
Solia é uma das tantas caras que possuo. No entanto, a que mais aprecio. Ela é meu lado artístico, meu lado excêntrico, meu lado vivo. Vivacidade esta, a qual me encoraja a cuspir ao mundo meus sentimentos, meus desejos sem preocupar-me se carregam ou não coerências e normalidades. Afinal, do comum o mundo já está farto.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Se não tem gol, não tem patriotismo

Paramos o Brasil pelo futebol e demos as costas para a escolha mais importante: o futuro do nosso país.

Durante os jogos da copa nos cobrimos de verde e amarelo, abraçamos nossa bandeira, o país inteiro parou, choramos e vibramos em cada conquista ou em cada derrota.
Nessas horas, o patriotismo não nos faltou. Tivemos um orgulho imenso em ser brasileiro.
Porém, em outubro a coisa está sendo bem diferente.
Somos tão imediatistas que o amor ao país já passou e só vai voltar na próxima copa.
Afinal, só tendo o maior despreso pelo país para deixar um palhaço sem a menor noção de política chegar ao poder. Se escolhemos um figurão para nos representar, o que pensar de nossos valores e de nossos princípios?
Enchemos a boca para falar que só há mentira e corrupção na história de nosso país, mas somos nós que escolhemos quem nos represente. Nós é que acreditamos no irreal, nos deixamos vender por qualquer coisa.
Tínhamos na ponta da língua os jogadores da seleção, sabíamos de fato os que jogavam bem, os que nos representavam de forma digna e os que não eram tão bons assim.
Todavia, no âmbito político o interesse em geral é quase zero. Não há uma preocupação com o plano de governo dos candidatos ou se as metas pretendidas são qualificadas e coerentes.
Achamos isso tudo uma baita chatice e perda de tempo, mas é exatamente junto a eles que o nosso futuro vai ser construído.
Sufocamos a verdade com o nosso descaso, demos as costas para candidatos inteligentes, com propostas realistas e modernas para a corja da mesmice passar.
É uma grande lastima que o Brasil não possa conhecer a política de verdade com Marina, substituindo essa malandra politicagem que há tempos manchou a nossa democracia.

Boa sorte a nós para mais quatro anos de feijão com arroz!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A cerca viva

Apesar de velha, era bastante pesada. Quando chovia no dia anterior ficava mais fácil, o chão ficava molhado e então, bastava um empurrão mais forte e a cerca ia se abrindo aos poucos, permitindo que aquele gramado imenso fosse liberto diante de nossos olhos.
Corríamos com tanta pressa para chegar onde o rio nascia! Era como se todos estivessem à nossa espera para começar uma peça, em que cada cena seria uma vontade, uma ilusão, um sonho que se escondia em nossa mente.
Todo um preparo e um cuidado para chegar atrás da pedra mais alta, que para nós tinha um tesouro escondido e protegido por seres maldosos com poderes extraordinários. Eu me envolvia tanto na história que até sentia medo e podia vê-los de fato. Porém, como quase todas as vezes, quando estávamos quase nos aproximando do tesouro, já estava na hora de eu ir embora. Mas nada como agilizar a história, matar com a maior facilidade aqueles seres estranhos e tomar posse do tesouro tão secreto.
Corríamos até o ar faltar no caminho de volta, mas sempre tínhamos fôlego para manter a cerca fechada, a fim de que nossas utopias reais nunca conhecessem o medo e a covardia de fazer algo existir.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Cegueira do amor

O que será pior, perder um herói ou nunca ter a oportunidade de tê-lo?
Independente da resposta, eu já tive um.
E para mim, ele sempre foi o melhor em tudo e diante de tudo. Quando pequenina, pensava que ele fosse o mais alto do mundo, ninguém nem chegaria perto de seu tamanho gigantesco e essa banalidade me enchia de orgulho.
Um dia, numa loja, senti meu mundo desabar, um homem parou ao seu lado na fila do caixa e eu não entendi como podia estar vendo aquilo, ele era muito mais alto que o meu herói.
De alguma forma, tentei reverter aquilo dentro de mim, admiti que ele podia sim ser mais alto, porém não seria mais verdadeiro, não seria tão divertido nas brincadeiras, não passaria mais confiança na hora de me levar para entrar no mar, não teria a mesma paciência comigo e jamais chegaria perto da gigante e repleta perfeição do meu super homem.
O tempo passou e durante muito tempo essa situação me fez rir demais.
Até que um dia a mesma dor voltou a reinar dentro de mim. Percebi que as dores na nossa infância podem até ser, em sua maioria, por coisas que aos nossos olhos sejam sem importância, mas nos corroem da mesma forma.
Não tenho mais meu herói hoje, não por saber que existem pessoas mais altas que ele, e sim por ele estar morto. Foi mais um infectado por essa pandemia tão antiga, onde não há um local do mundo em que ela não tenha mostrado a sua cara.
E infelizmente, nunca haverá cura para ela, afinal qual o remédio para a falta de caráter?

quinta-feira, 18 de março de 2010

FIM

Uma única palavra é capaz de levar abaixo a estrutura que nos consolida.
Sempre nos achamos forte o bastante para acreditar que o que temos em nossas mãos para sempre aí permanecerá.
Esquecemos que o perdão concedido tem seu limite, que o silêncio nem sempre quer dizer um sim.
Podemos manter um pássaro aprisionado, mas na primeira oportunidade ele sairá para não mais voltar.
Tudo é efêmero, inclusive a inabalável segurança que nosso ego alimenta perante nossas "burrices inteligentes".