Minha foto
Brazil
Solia é uma das tantas caras que possuo. No entanto, a que mais aprecio. Ela é meu lado artístico, meu lado excêntrico, meu lado vivo. Vivacidade esta, a qual me encoraja a cuspir ao mundo meus sentimentos, meus desejos sem preocupar-me se carregam ou não coerências e normalidades. Afinal, do comum o mundo já está farto.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A cerca viva

Apesar de velha, era bastante pesada. Quando chovia no dia anterior ficava mais fácil, o chão ficava molhado e então, bastava um empurrão mais forte e a cerca ia se abrindo aos poucos, permitindo que aquele gramado imenso fosse liberto diante de nossos olhos.
Corríamos com tanta pressa para chegar onde o rio nascia! Era como se todos estivessem à nossa espera para começar uma peça, em que cada cena seria uma vontade, uma ilusão, um sonho que se escondia em nossa mente.
Todo um preparo e um cuidado para chegar atrás da pedra mais alta, que para nós tinha um tesouro escondido e protegido por seres maldosos com poderes extraordinários. Eu me envolvia tanto na história que até sentia medo e podia vê-los de fato. Porém, como quase todas as vezes, quando estávamos quase nos aproximando do tesouro, já estava na hora de eu ir embora. Mas nada como agilizar a história, matar com a maior facilidade aqueles seres estranhos e tomar posse do tesouro tão secreto.
Corríamos até o ar faltar no caminho de volta, mas sempre tínhamos fôlego para manter a cerca fechada, a fim de que nossas utopias reais nunca conhecessem o medo e a covardia de fazer algo existir.