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Solia é uma das tantas caras que possuo. No entanto, a que mais aprecio. Ela é meu lado artístico, meu lado excêntrico, meu lado vivo. Vivacidade esta, a qual me encoraja a cuspir ao mundo meus sentimentos, meus desejos sem preocupar-me se carregam ou não coerências e normalidades. Afinal, do comum o mundo já está farto.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Cegueira do amor

O que será pior, perder um herói ou nunca ter a oportunidade de tê-lo?
Independente da resposta, eu já tive um.
E para mim, ele sempre foi o melhor em tudo e diante de tudo. Quando pequenina, pensava que ele fosse o mais alto do mundo, ninguém nem chegaria perto de seu tamanho gigantesco e essa banalidade me enchia de orgulho.
Um dia, numa loja, senti meu mundo desabar, um homem parou ao seu lado na fila do caixa e eu não entendi como podia estar vendo aquilo, ele era muito mais alto que o meu herói.
De alguma forma, tentei reverter aquilo dentro de mim, admiti que ele podia sim ser mais alto, porém não seria mais verdadeiro, não seria tão divertido nas brincadeiras, não passaria mais confiança na hora de me levar para entrar no mar, não teria a mesma paciência comigo e jamais chegaria perto da gigante e repleta perfeição do meu super homem.
O tempo passou e durante muito tempo essa situação me fez rir demais.
Até que um dia a mesma dor voltou a reinar dentro de mim. Percebi que as dores na nossa infância podem até ser, em sua maioria, por coisas que aos nossos olhos sejam sem importância, mas nos corroem da mesma forma.
Não tenho mais meu herói hoje, não por saber que existem pessoas mais altas que ele, e sim por ele estar morto. Foi mais um infectado por essa pandemia tão antiga, onde não há um local do mundo em que ela não tenha mostrado a sua cara.
E infelizmente, nunca haverá cura para ela, afinal qual o remédio para a falta de caráter?

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