Ele estava sobre a mesa tão branquinho, tão solitário.
Ela estava jogada por cima dele carregando vida através de sua linda cor.
Ao lado desses entrelaçados, estava um fervente e cheiroso companheiro.
Não resisti e os agarrei tirando daquele estado de imobilidade.
Precisava cuspir o que estava dentro de mim.
Mas, sem a chatice das palavras humanas, sem as suas incompreensões e seus julgamentos "desendereitados", sem as suas perspectivas de "certo e errado".
O que eu queria era simplesmente ser ouvida.
Do agradável companheiro sorvi todo o seu aroma e o bebi por inteiro.
Peguei a garota por sua delgada cintura e através de seu pigmento desenhei pelo branquicento corpo do solitário todas as palavras as quais me vinham vindo, sentimentos que afloravam, vontades dilaceradoras, angústias farpantes, sonhos os quais se tornam cada vez mais utópicos... em suma, tudo o que dentro de mim poderia existir.
Não é a primeira vez que isso acontece. Isso na verdade sempre acontece.
Sou assim, necessito disso: deslocar-me do real e envolver-me com a irrealidade a qual não avilta lucro e nem vantagens, ela simplesmente expande suas portas tornando o incompreensível na verdade mais concreta e o amargor dos dias no maior prazer o qual se pode provar.
A esse deleite? Nada se compara.
Aliás, nada substitui uma bela noite com esses meus amantes, NADA.
- SOLIA
- Brazil
- Solia é uma das tantas caras que possuo. No entanto, a que mais aprecio. Ela é meu lado artístico, meu lado excêntrico, meu lado vivo. Vivacidade esta, a qual me encoraja a cuspir ao mundo meus sentimentos, meus desejos sem preocupar-me se carregam ou não coerências e normalidades. Afinal, do comum o mundo já está farto.
sábado, 28 de novembro de 2009
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Idealização
São tantas regras. São tantos desejos. São tantos conceitos. São tantas decepções.
Todos nascem das fendas desse chão, mas cada um traz consigo um pequenino valor.
E sempre, em qualquer que seja o período de nossa existência, construiremos verdades e princípios absolutos em cima deste.
Tentaremos enxergar nos olhos de quem nos rodeia nossos medos e nossos sonhos, nossos gostos e nossos desgostos, nossa fome e nossa satisfação, nossa visão e nossa cegueira, nossas qualidades e nossos defeitos...
No entanto, quando esses olhares forem cruzados em linhas diferentes, certamente seremos afogados pela maior onda de desilusão.
Afinal, procuramos incansavelmente pelo perfeito e quando deparamos com a sua inexistência, emanamos pelo mundo um furacão de preconceitos e egoísmo, o qual varre para longe toda a leveza da excentricidade humana.
Todos nascem das fendas desse chão, mas cada um traz consigo um pequenino valor.
E sempre, em qualquer que seja o período de nossa existência, construiremos verdades e princípios absolutos em cima deste.
Tentaremos enxergar nos olhos de quem nos rodeia nossos medos e nossos sonhos, nossos gostos e nossos desgostos, nossa fome e nossa satisfação, nossa visão e nossa cegueira, nossas qualidades e nossos defeitos...
No entanto, quando esses olhares forem cruzados em linhas diferentes, certamente seremos afogados pela maior onda de desilusão.
Afinal, procuramos incansavelmente pelo perfeito e quando deparamos com a sua inexistência, emanamos pelo mundo um furacão de preconceitos e egoísmo, o qual varre para longe toda a leveza da excentricidade humana.
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Inverno e verão humanos
Para o congelante frio que faz lá fora uma roupa aconchegante e um bom café quente.
E para o frio o qual circula dentro de nós; gela nossos sonhos; arranca o anseio pela liberdade, deixando-nos presos às desilusões e por fim, destrói todo o amor o qual ousa instaurar-se sobre nossos corpos?
Uma ardente chama radiando todo o seu calor poderia até aquecê-lo e assim, quebrar o gelo o qual o envolve.
Todavia, essa dialética vai muito além de um fenômeno físico.
Trata-se de valores humanos, de sentimentos.
E isso, nem a mais alta temperatura seria capaz de curar.
A porta de entrada para esse tão gélido inverno está nas fendas de nossa pele, as quais se abrem com a força de nossa fraqueza e se fecham apenas com o poder de nossa essência.
Com apenas uma mentalização podemos morrer congelados em nossas fraquezas ou reinar sob o grandioso sol de nossos valores. A escolha é exclusivamente nossa.
E para o frio o qual circula dentro de nós; gela nossos sonhos; arranca o anseio pela liberdade, deixando-nos presos às desilusões e por fim, destrói todo o amor o qual ousa instaurar-se sobre nossos corpos?
Uma ardente chama radiando todo o seu calor poderia até aquecê-lo e assim, quebrar o gelo o qual o envolve.
Todavia, essa dialética vai muito além de um fenômeno físico.
Trata-se de valores humanos, de sentimentos.
E isso, nem a mais alta temperatura seria capaz de curar.
A porta de entrada para esse tão gélido inverno está nas fendas de nossa pele, as quais se abrem com a força de nossa fraqueza e se fecham apenas com o poder de nossa essência.
Com apenas uma mentalização podemos morrer congelados em nossas fraquezas ou reinar sob o grandioso sol de nossos valores. A escolha é exclusivamente nossa.
sábado, 4 de julho de 2009
Renascimento
Eu me ensurdeci com meus próprios gritos.
Eu me feri com minhas próprias unhas.
Eu me queimei com meus próprios desejos.
Virei-me em cinzas e sei que a qualquer momento essa ventania vai soprar e logo não estarei mais aqui.
Quero ir para longe de ti.
Quero afastar-me dessa dor.
Vou para onde eu possa renascer de minhas próprias entranhas.
Onde o ar não cheire a covardia e estupidez.
Vou pedir a ele para que outrossim arranque de mim essa erva danosa, a qual aqui se enraízou e me suga a vontade de viver com todo o seu poder.
Ele chegou, posso sentir seu sobejo frescor.
É hora de esvair-se e renascer!
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